quinta-feira, 3 de maio de 2007

Pra ver um grande amor

A Máquina, dirigido por Joaõ Falcão, de 2005, tem Paulo Autran, Lázaro Ramos, Wagner Moura, Gustavo Falcão e Mariana Ximenes. A história é baseada num livro de Adriana Falcão (tuuudo em família) que depois virou uma peça de teatro pelo mesmo diretor. Em 2005 foi adaptado para o cinema de maneira espetacular.

"Vivia em Nordestina uma moça que apertava os olhos quando olhava por quem Antônio era completamente apaixonado". Karina (Mariana Ximenes) sonha em ser atriz e ir pro Rio de Janeiro.

"Por isso que Nordestina não vai pra frente, o povo vai embora e esquece ela pra trás", Antônio diz uma hora logo após afirmar que ele, único, não queria sair dali: "quem foi que disse que eu quero sair daqui, eu não quero sair daqui, porque que eu ia querer sair daqui se eu não quero sair daqui". Misturando humor com declarações intensas a cidadezinha de Nordestina, cujo cenário se resume á quatro ou cinco casas, vai ganhando graça e você vai se apaixonando pelo lugar e pela história.

Lógico que a história, sendo narrada por Autran, não poderia ser fraca. Mas é ainda melhor reforçada a idéia de que Autran (Antônio envelhecido) está num hospício, contando a seus amigos do local a história de sua juventude e daquele amor por Karina que o fez prometer o mundo. ("É o mundo que você quer? Pois então eu trago ele pra você!").

Mais do que a aventura de tentar ir para um tempo futuro pra verificar a validade do mundo que ele promete a Karina, a trama se segura no amor dos dois e na graça singela de Antônio:

"Esse tal amor é somente de ficção, e é muito diferente desse negócio aqui que eu sinto, esse negócio de doido! Que eu não encontro nome, e nem em todas as palavras existentes e que não tem som e nem letra escrita que explique como ele é exagerado! (...) Porque simplesmente, esse tipo de verdade não carece de ser documentado em papel, ou romance e nem filme de cinema, pois não é da conta de ninguém a não ser da pessoa que sente , além da outra responsável pelo afeto causado! A conversa aqui é somente entre tu e eu, eu e tu, Karina. Finge somente uma vez que tu é tu que é pra ver se tu descobre o que tu sente."

É diferente, especial no gênero de comédia romântico oferecendo um drama não clichê, com uma produção artisticamente cuidadosa. Dá pra ver em dia quente ou frio, acompanhando ou não, mas oque dá mesmo pra ver é intensidade.

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Trailer do filme

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