segunda-feira, 7 de maio de 2007

Do que eu entendi do que ele disse


A tarefa é das mais ingratas: do que eu entendi do que Guimarães Rosa disse. Ok, é só um norte a seguir, mas ainda assim, decifrá-lo não é coisa simples de se fazer. E no meio de neologismos e realismos mágicos, acabamos nos encontrando. Podemos dizer que moramos ao seu lado, mas não na mesma casa. Somos vizinhos de um sertão gigante e sem limites imagináveis. E aos poucos vamos nos despindo do Amor, que nos seguia até então e entramos endurecidos e sem jeito num terreno nunca antes trilhado pos nossos pés tão pouco calejados. Nós, seres cosmopolitas que nada entendem da sinceridade do sertão, chegamos cheios de estereótipos.

As cenas foram surgindo, o fantástico comendo pelas beiradas. E naturalmente vem a sensação de que deve ter música própria, figurino especial, ousadias simplórias e BAM! Um começo de enredo surgido de uma cena. E de repente a calmaria invade a Insanidade.

Os cânticos populares desenferrujam as nossas gargantas ralas. A correria dá lugar aos gestos curtos. As cenas caóticas começam a ser descartadas para dar lugar à vastidão. Estamos no começo da estrada de nosso novo trabalho. Ainda falta muito caminho a trilhar, pés para calejar, água pra secar, mas estamos começando a entender. Nos deseje sorte.

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