domingo, 18 de março de 2007

Quem quer ser artista?

Eu estava em casa no domingo à noite, logo depois da vitória do meu Corinthians, que não está sendo algo muito freqüente, infelizmente. Enfim, eu estava feliz.

No entanto, resolvi entrar na internet e logo na página inicial eu vejo uma notícia: “BBB7: Íris e Flávia podem virar atrizes da Globo.” Eu juro que não estou mentindo, pois veja.

Não quero discutir se estar na Globo é bom ou ruim, se o Big Brother Brasil é interessante ou não, eu apenas quero levantar perguntas. Que são basicamente duas, pois quero ser breve neste post. E as perguntas são:

1. O que torna uma pessoa de fato um artista?

2. Se eu fosse uma “celebridade” e quisesse me tornar neurocirurgião, seria me oferecida uma vaga num hospital e uma cirurgia para eu realizar?

Eu não quero neste momento e neste post entrar em questões profundas, mas quem quiser pode mandar o e-mail que eu entro em contato e a gente discute.

É só um desabafo. Desculpa se é inadequado, mas eu precisava escrever sobre isso, pois eu sou ator, iluminador e psicólogo porque eu estudei, estudo, trabalho, amo, e mais uma série de outras coisas que me tornaram o profissional que eu sou.

E é uma agressão, um insulto, dói muito na minha alma e no meu corpo ver que pessoas são anunciadas ou se anunciam atores sem nunca terem lido Shakespeare ou Sófocles e nunca terem exercitado o corpo cenicamente, e vou ficar só nesses exemplos para me ater apenas na profissão de artista e não falar das outras.

Existe a técnica e o talento, mas uma pessoa nunca será artista se não possuir as duas coisas. E para isso é necessária formação, que é constante e trata da alma e do corpo.

Enfim... é só um desabafo, talvez confuso e sem muitos desdobramentos.

Um comentário:

Valmir Junior disse...

Isso também me assombra. Muito. Na verdade, estes nunca serão artistas e por conseqüência, nunca serão atores... Serão apenas imagens, no máximo.

Agora, quanto à questão do talento, não acredito nele. Creio em vocação. O Eugênio Kusnet, inspirado no Stanislávsky, dizia muito isso. Talento faz parte do ramo das inspirações e prefiro crer que musas e supostas iluminações sejam apenas mitologia.

Meu trabalho é sério e requer técnica, formação, estudo e não uma mera imagem.