quarta-feira, 25 de julho de 2007

O melhor do mundo, agora

O White Stripes é a melhor banda do mundo, agora. Ou talvez o mais certo seja: o Jack White é o melhor músico do mundo, agora. Não basta o rapaz ter feito com o Raconteurs o (ótimo) disco Broken Boys Soldiers ano passado, agora lança o novo trabalho do duo, Icky Thump. Também ótimo. Hiperbólico, mesmo. Jorra blues por todos os lados, elétrico, descompassado, energético.

Dizem que a Meg é péssima baterista, eu concordo. Mas não no White Stripes. Ela funciona, não tem ego, o que dá espaço para a gigante pretensão de Jack. O resultado é uma base sólida e simples para que ele possa praticar sua improvisação desenfreada. E dá-lhe. Uma guitarra sempre ótima, precisa. Sua voz quase adolescente é como uma segunda guitarra, rondando os acordes, seja gritando ou só falando.

É o sexto e provável melhor disco da banda. Pra mim, sim. Vai de política em letras ótimas ("Well you can't be a pimp / And a prostitute too", "Você não pode ser um cafetão / E uma prostituta também") em Icky Thump, ao garagem sujo em Catch Hell Blues. Ou o genial, em Rag and Bones (onde Jack e Meg interpretam mercadores pedindo doações de coisas usadas). Tem também 300 M.P.H. Torrential Outpour Blues, uma viagem por praticamente todos os estilos de blues já criados.

Um CD divertido e essencialmente político. Trata do tal muro que os Estados Unidos pretendem construir, separando-os do México. Por isso, muitas das músicas têm inspirações mexicanas. Jack encarna o mariachi para demonstrar a importância da cultura latina para a própria formação cultural norte-americana. Acerta em cheio. E tem só 32 anos.

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Clipe da música Icky Thump

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