quarta-feira, 18 de abril de 2007

Do viaduto

O que eu faria se encontrasse alguém disposto a se matar?

A pergunta não quis calar depois que eu li uma crônica na revista Piauí, edição do mês de abril. A imagem que ocupa quase duas páginas da revista parece comum ao olhada da primeira vez rapidamente.



O fato é que Tuca Vieira saiu da casa da namorada de madrugada após uma briga, para caminhar. Andou pelo viaduto Dr. Arnaldo (..."de onde um lado vê-se o bairro Pacaembu, parte de Perdizes e parte da Pompéia. Do outro, Pinheiros, o Instituto Goethe e o muro do cemitério São Paulo"...) quando viu um homem que parecia querer pular de lá, daquele viaduto.

Ao longo da descrição da cena você sente uma desespero. Claramente que se acontecesse isso, o que quer que fosse dito para o sujeito poderia ser perigoso e como um estopim para o sujeito concluir o que veio fazer. E como fazer alguém que você nunca viu na vida entender que ela vale a pena? Será que dá, que cabe a esse encontro tentar mudar a perspectiva de vida de alguém que parece que já decidiu-se sem perspectiva? Lógico que qualquer um tentaria.

A imagem, que menor deixa mais evidente o que há de esquisito, foi tirada logo após o suicídio. Frieza de Tuca? Provavelmente para alguns e talvez até para ele que lamentou ter respeitado a vontade de tal cidadão de ficar sozinho. Quando Tuca virou de novo, ele já tinha se jogado.

Um comentário:

Anônimo disse...

eu ainda não tinha lido essa reportagem, e sabe, é de chorar.