terça-feira, 6 de março de 2007

Volta

De islandeses em geral, quase ninguém se lembra. Aliás, da Islândia, aquela minúscula ilha? Islândia?!? Em inglês é Iceland. Terra do Gelo. Ostracismo geral. A capital? Se chama Reykjavík, por sinal. Ninguém sabe dos habitantes daquela ilha, mas de uma em especial você já deve ter ouvido falar. E o nome dela não é tão fácil assim: Björk.

Tão excêntrica como sua terra natal, Björk é um daquelas que não se contenta com pouco. Ela não é apenas uma cantora. É uma música. Não canta apenas. Quer fazer música, experimentar, arranjar, produzir. E a excentricidade se derrama por ali. Seus álbuns transpiram Arte.

Björk tem raízes clássicas. Começou no piano, aos 11. Na adolescência, punk rock e jazz. Mais velha, formou-se em Música e passou ao rock gótico. Dali para o sucesso com os Sugarcubes. E foi com a desintegração dos Sugarcubes que ela experimentou. Apoiada no ex-produtor do Massive Attack, ela lançou Debut e instaurou-se o seu pop melódico e aberto a definições.

Com o segundo álbum, Post, a islandesa pairou entre a música eletrônica e o pop, com melodias dançantes e letras inspiradas em seus relacionamentos. Logo depois veio Homogenic, um álbum muito mais experimental, num vai-vem adagio-presto, conceitualmente falando de sua terra natal, evocando paisagens. A essa altura, seu interesse pelo experimental aumentava e harpas, caixinhas de música, coros e orquestra vieram em Vespertine, literalmente o vespertino, como se corais de anjos cantassem enquanto o sol se põe - o oposto de Post, denso, introvertido.

A viagem para dentro foi mais intensa no próximo álbum: Medúlla. De dentro do corpo, uma experiência gutural. Björk utilizou sons primariamente vocais para produzir tudo em suas músicas, com hiperventilações, coros distorcidos e beatbox.

Além de tudo isso, ela ainda compôs as trilhas sonoras dos filmes Dançando no Escuro, de Lars Von Trier, no qual ela protagoniza, e Drawing Restraint 9, filme de seu marido Matthew Barney.

O sucesso deste fênomeno é paradoxal. Seria provável que, com tanta experimentação, ninguém a ouvisse. Mentira. Ela tem uma horda de fãs mundo afora. E que aguardam ansiosamente seu próximo lançamento: Volta, que chegará às lojas em 7 de maio.

Depois do pop à alegria, da canção patriótica à viagem interior, o que Björk nos traz agora? O que sabemos é que em Volta teremos uma legião de convidados. De Timbaland (produtor de R&B e hip-hop), Anthony Hegarty (vocalista da banda Anthony & The Johnsons) às velhas parcerias de Sjón (letrista) e Mark Bell (produtor desde o álbum Homogenic).

Vamos aguardar...

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu aprendi a amar a Bjork. Antes ela era só uma louca com roupa de cisne, mas agora descobri que ela vai além mesmo...ela é arte em estado bruto.

Hyperballad disse...

Adorei, passei a conhecer mais da Bjork, Sweet Intuition:
And inside
We're all still wet
Yearing and longing
Repeat after me
f**k logic, f**k logic
Rival to istinct
And sweet intuition
Música que virou Bed time Story de Madonna, depois disso começei a amar essa cantora, compositora, produtora... vamos ver o que ela irá aprontar em VOLTA.