quarta-feira, 10 de junho de 2009

sexta-feira, 11 de julho de 2008

A idade da peça ele sabe, mas e a do filho?

O patenteado Método Educacional Caruso

Não consigo concluir o que é mais triste dessa entrevista com Marcos Caruso. Se a idéia do filho dele, em casa, sozinho, sentado ansioso à mesa tarde da noite enquanto espera o pai chegar – sem saber que irá adormecer antes que seu projenitor apareça. Ou saber que, ao invés de criar um herdeiro responsável, Caruso preferiu dedicar-se ao teatro, criando esse tótem cultural que é sua obra artística.

Se bem que, levando em conta que a dedicação educativa de Caruso poderia transformar seu filho em uma versão humana de Trair e Coçar É Só Começar, até que valeu a pena.

Vai lá, Marcão, siga forte nas artes cênicas, pelo bem de seus netinhos!

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Está na Bílbia...

Para reinaugurar o blog, que estava pra lá de largado, venho com uma crítica de Fim dos Tempos, novo filme de M. Night Shyamalan. Segue:

Deus, porque eu? Porqueporqueporque porqueeeeee? O que eu te fiz de mal? O que foi que eu fiz para merecer isso? O que? Diga, diga! Oohhh o horror... o horroooooor... não existe piedade neste mundo cão!

Não, mas, falando sério - não vá assistir a esse filme.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Ando pensando sobre coincidências criativas.

Tudo começou num belo dia em que descobri que Johnny Depp, o ator que chamo de meu, que resistiu aos pôsteres da adolescência e virou o preferido desde sempre...Sim, ele, sonha em interpretar o pintor Salvador Dalí, que possessiva, também ouso chamar de "meu preferido".

E aí me peguei ponderando sobre as ironias criativas que formam nosso gosto. Sabe aquelas ligações bizarras que te levam a crer que de alguma maneira, todas as nossas preferências se conectam, mesmo que não tenham nada a ver?

Se você não entendeu nada, nem precisa continuar, acho mesmo complicadíssimo de explicar. Só sei que o querido Depp está em busca de um roteiro sobre a vida do pintor espanhol. Segundo o tablóide The Mirror – você acredita neles? – o ator estaria desesperado para interpretar Dalí. Até agora nada, mas a predisposição existe.

Aí tá...Estou escrevendo esse texto e me deparo com outra notícia surreal : Al Pacino – também na lista dos preferidos- está filmando Dali & I: The Surreal Story, de Andrew Niccol, que deve estrear em 2009. Adivinha quem ele será?

Agora só falta me dizerem que Alice no País das Maravilhas vai ser filmado por Tim Burton.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Sô e Só

Um dia eu fui estúpida. Achei que era só de talento, dom ou qualquer coisa abstrata que se construía uma atriz. Aí, descobri que isso atendia por outro nome: prepotência. O palco também pode ser a terra dos tolos, dos desavisados, dos egoístas, dos preguiçosos e sim, dos prepotentes. E eu não quero me sentir à vontade na pele de nenhum dos citados.

Mas é onde me encaixo. Com consciência do erro. Me falta disponibilidade, me falta estudo, me falta técnica, me falta experiência, me falta, me falta... e o incompleto, que vivia na parte sombria, começou a atrapalhar a parte iluminada que ainda restava.

Aí a cena não saia certa, o personagem não caminhava com as próprias pernas e eu me arrastava. Soma-se a isso um processo colaborativo complicado, uma peça ainda sem fim, uma personagem com fé. A fé que eu não tenho, nem nunca tive. O engraçado é que bem no comecinho, eu me orgulhava de enxergar a personagem. Acho que me perdi pelo caminho. Aí bate o desespero.

Como tu quer sabê o caminho, se não sabe nem para onde quer ir?

No raso você tem vontade de desistir e correr para borda de novo. Andar na terra, no chão que você conhece. Mas aí você se envergonha de ser covarde. E isso não! Medo é diferente de covardia. Mas o que acontece quando você sabe tudo isso e ainda assim não tem para onde ir? Aí, amigo, você cai. E se machuca feio.

Cheia de cicatrizes, é assim que eu escrevo esse texto. Nunca foi tão difícil criar. Nunca. Mas bater nas minhas limitações, me fez ter asco de ficar parada, deitada, criando escaras. Me levantei da cama e abri a janela. Estudar, ler, me manter aberta, engolir a seco, ter medo, mas não ser covarde. Bonito na teoria, mas na prática é preciso esforço. Você acha que consegue? Experimenta.

Acende a vela. A fúria explode em lágrimas, fungadas e face triste. Errado. Melodramático. Mas incrivelmente é daí que surge a luz. Tão óbvio, tão descarado que se fosse mais claro, te mordia na cara: O seu dilema é o mesmo que o da personagem. O B tinha me dito, eu sei. Se ela não se acha, você não se encontra. Perdida estamos nós duas. E o fim, agora já sabemos. Aceitar.

E eu só quero crescer

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Sobra talento, falta risco

A esta altura da carreira de Tim Burton, ele já deve ter percebido que enfrenta a bifurcação fundamental: tornar-se grande ou permanecer apenas estabelecido? Perguntassem minha opinião há dez anos, eu apostaria que ele escolheria a primeira. O sujeito criou um estilo cinematográfico seu, se arriscando em obras como Edward Mãos-de-Tesoura, Ed Wood e, em menor grau, até Batman.

Mas hoje eu tenho dúvidas. Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, deixa bem claro o porquê. Parece que, desde A Lenda do Cavaleiro Sem-Cabeça, Burton não se esforça muito em inventar, ou expandir as barreiras do que já criou. Contenta-se em brincar de reencontrar sempre os mesmos enredos, os mesmos espaços, tudo igual.

A história é conhecida. O barbeiro Benjamin Barker (Johny Depp) é enviado para uma prisão por um juiz inescrupuloso (Alan Rickman) que quer por as mãos em sua mulher. Após 15 anos, ele foge, e parte para vingar-se do vilão, montando uma barbearia sobre a loja de tortas da viúva Lovett (Helena Bonham Carter), que prepara suas receitas com carne do corpo das vítimas.

O maior diferencial sobre tantos outros filmes do cineasta é o fator musical. Aqui os personagens cantam seus feitos e sentimentos. Mas, bem ao tipo Burton, não seguem a cartilha Cantando na Chuva, e sim uma faceta mais operesca, com canções que não soam bonitas nem dão vontade de assoviar. Como musical, o filme não funciona bem, mas as músicas são importantes, sim, para o resultado final.

Depp – indicado ao Oscar – parece no mesmo automático que o diretor. Não canta bem, é fato, mas também não investe nada diferente do que a história propõe. É como se confiasse demais em Burton, assumindo alguns erros sem filtrá-los. Mas longe do elenco estar mal. Rickman segue sempre competente e Bonham Carter merece mais holofotes por criar a personagem mais cheia de nuances. Chega a dar pena das más escolhas da viúva.

Não é péssimo. A direção de arte, aliás, segue belíssima como em todos os filmes de Burton. Mesmo as cenas mais sanguinárias e violentas são lindas de ver. O único problema é que, por regra, este se tornará apenas mais um em sua filmografia. Mesmo pra escrever esta resenha, tive que abrir a Wikipédia para conferir qual foi mesmo a ordem dos últimos três filmes dele. Eles ficam cada vez mais parecidos – ricos demais no visual, fracos demais no emocional. É fácil notar que ele não corre mais riscos com o que faz. Isso pode ser ótimo do ponto de vista comercial, mas é sempre ruim da perspectiva artística.

Eu sempre sinto um pouco de tristeza ao ver um grande talento se desperdiçando.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Cloverfield

Eu gostei de A Bruxa de Blair, principalmente pelo ponto-de-vista da câmera. Espécie de "cinema-verité", legal. No estranho caso dos jovens que filmam florestas, se perdem e encontram a casa da bruxa, o componente terror é o que movia o filme. Mas era um terror sem CGI, "das antigas", diriam alguns. Ainda não havia visto esse mesmo "gênero subjetivo"- se é que podemos chamá-lo assim - numa perspectiva mais emocionante, até que vi Cloverfield.

O longa traz a experiência de filmes de monstro sem esbarrar em Godzilla (graças a Deus). A catástrofe de Roland Emmerich trazia o monstro japonês destruindo a cidade de Nova York numa trama pastiche com um Matthew Broderick pateta (sempre, não?) e Jean Reno repetindo pela quadragésima vez o papel do policial francês com sotaque arrastado. Lembra dos ovos no Madison Square Garden e as aparições absurdamente "mágicas" do gigantesco monstro de dentro de prédios? Melhor esquecer...

E é o que Matt Reeves, o diretor, nos propõe. Esquecer de Godzilla. Produzido por J. J. Abrams (produtor de Lost), Cloverfield é bem objetivo: somos apresentados a esta filmagem, dizendo que foi encontrada no lugar que antes fora conhecido como Central Park. O que se segue é a "apresentação" dos personagens: Rob (Michael Stahl-David) está num dia maravilhoso com Beth (Odette Yustman), em abril. Ele curte bastante o dia com a "ficante". Corte. É maio e Lily (Jessica Lucas), namorada do irmão de Rob, Jason (Mike Vogel), prepara a festa de despedida de Rob, pois ele vai morar no Japão. Talvez Beth venha. Quem fica a cargo de "documentar" as despedidas de cada um é Hud (T. J. Miller), que é o personagem que leva a câmera por todo o filme a partir de então.

E é aí que tudo acontece: sem maiores truques, as luzes se vão, todos se apavoram, uma grande explosão envia fragmentos pelo ar e há correria no maior estilo "11 de Setembro". A impressão é de que tudo está se repetindo. Subitamente, cai a cabeça da Estátua da Liberdade na rua do apartamento de Rob. Mais correria e um vulto gigantesco é visto derrubando prédios. E todos decidem pegar a ponte do Brooklyn para fugir de NY. E é essa a nossa história. Reeves conduz a história a partir do registro seco e direto de uma camcorder, sem delongas, mostrando uma perspectiva realista de um ataque de um monstro a uma cidade grande como a Big Apple.

A sensação de quem assiste, obviamente, é de participar do caos instaurado por toda a parte. Não obstante, a ameaça imposta pelo bicho é muito grande. Ele parece invulnerável e ainda expele pequenas "partes" (chamemos assim). No meio de tudo isso, os amigos decidem salvar a Beth-amada-de-Rob, que liga desesperada em seu celular. E estamos tão tomados por tudo aquilo que não pensamos no mais óbvio: não rola salvar. Não rola ir pelos túneis do metrô. O filme absorve o espectador de tal forma que só vamos pensar nisso depois.

Reeves utiliza a parafernália toda para ajudar a contar a sua história: perda de foco, câmera deixada em algum lugar, visão noturna, tremores... O ponto-de-vista em primeira pessoa é eficiente ao instalar o terror das situações e pega o espectador pela garganta. A tensão é a de viver aquele momento. De ir junto com os personagens sem ter a chance de fugir. Não há como. O filme propõe a jornada e o espectador vai.

Agora, não vá esperar por reflexões e tensões dramáticas. Também você, que gosta de fotografia apurada e inteligente, esqueça. Aqui não se trata de ângulo, mas da falta de. E é maravilhoso ver que temos câmeras indestrutíveis e com um poder de captação de som e ruídos extremamente equiparáveis às aparelhagens de cinema. Mas não devemos levar isso em conta. É filme de entretenimento, bem-feito e, ainda bem, não quer a todo instante abusar da inteligência do espectador. E temos a sensação de que, se fosse verdade, não seria nada além daquilo. Ninguém teria uma grande visão da vida ou faria uma alegoria sobre a condição humana. No final, é caos e sobrevivência.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Não há como parar o que está por vir

Javier BardemÉ difícil não sair desesperançado do cinema após a sessão de Onde Os Fracos Não Têm Vez. Isso porque o título se faz regra. O mundo, cada vez mais, não é para fracos. Pior ainda se você levar em conta que o oposto dessa fraqueza é personificada por Chigurh, personagem de Javier Bardem. Um assassino frio, louco e indiferente ao sofrimento. O mal encarnado que, cada vez mais, projetamos nas histórias que ouvimos por aí.

A premissa é simples como qualquer mola motora dos filmes dos irmãos Coen. Llewelyn Moss, um pacato veterano do Vietnã vivido por Josh Brolin (seu segundo grande papel deste ano), encontra uma mala com dois milhões de dólares em meio a uma mal-sucedida negociação de drogas. Ele decide ficar com o dinheiro, o que sela seu destino – pois Chigurh já tinha tomado a mesma decisão. É o xerife Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones) quem tenta dar um fim a trilha de cadáveres que só aumenta.
Josh Brolin
Chigurh é determinado como um pesadelo. Sua primeira cena – sufocando um policial até a morte – deixa bem claro quem é o sujeito e do que ele é capaz. E também já garantiu o Oscar de ator coadjuvante neste ano, certamente. Seu contraste com Llewelyn nos faz até ter pena por este último. Que chance ele tem? Talvez se Ed Tom conseguir salvá-lo a tempo... Mas este, tão reticente e assustado com o mundo, nós dá a face de homem comum frente ao horror. Ele parece evitar o confronto o tempo todo, ciente de que é muito pequeno para parar “o que está por vir”. Ainda assim, não consegue deixar de sofrer.

A direção nada menos do que genial dos irmãos Coen cede um ritmo brilhante à narrativa. Eles entregam uma tensão cavalar ao longo de toda a projeção e, ao contrário de qualquer expectativa, nunca a liberam. O filme termina tão tenso quanto pode, sem oferecer qualquer alívio. Isso não apenas ao negar o clímax da história, mas construindo tudo através de ações abruptas e realistas, abrindo mão até de música na trilha sonora. O espectador fica à mercê, assim como os personagens. Nada pode ser feito.

Tommy Lee JonesA síntese do genial está na última cena. Quero rever o filme apenas para prestar maior atenção ao discurso de Ed Tom, que, ao descrever um sonho, também descreve o sentimento de todo homem frente a um mundo fora de controle. Lee Jones, perfeito em sua entonação e ritmo, parece querer fugir pra algum lugar distante. É difícil para o público não querer ir com ele. Onde está o final feliz? Onde está a paz? Estava ali, tão próxima. Dava até para sentí-la. Mas ai... ai eu acordei.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Novidades teatrais

Agora já dá pra falar oficialmente àqueles que tanto perguntam “quando sai a peça nova?”. Estamos em estágio avançado de desenvolvimento de dois (sim, 2) novos espetáculos.

O primeiro (e maior) deles recebeu o nome, por enquanto provisório, de Lonjura. Sua criação está acontecendo coletivamente, mais ou menos como nos moldes do Amores Dissecados. O processo, porém, segue por uma linha completamente diferente e trata de assuntos um pouco mais específicos. É, sim, uma peça colaborativa, por isso vai levar a assinatura de todo mundo que acrescenta ao caldo. Estamos trabalhando na criação já há mais de um ano e nos aproximando cada vez mais do produto final.

O segundo, mas não menos importante, chama-se O Tempo Que Ficou. Uma peça que contará com Fernanda Tsuji e Valmir Júnior no elenco. A direção está a cargo do ilustríssimo Marcos Lemes, comandando o texto escrito por eu mesmo e com iluminação de Leandro Pardí. É um projeto muito legal (modéstia às favas) sobre o qual você irá saber mais muito em breve. Esperamos colocar o pé no palco com este ainda neste primeiro semestre, não sem antes divulgarmos a exaustão.

A partir de agora, tentaremos manter uma atualização mais freqüente dos processos aqui no blog. Algumas fotos de ensaio podem sem encontradas no nosso novo fotolog, sempre atualizando. E o que não contarmos, por enquanto, é segredo.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Sexo entre caramujos

Fotos de Isabella Rossellini (que só perde em beleza pra mãe dela) fantasiada de inseto:


Eu acho que é bem mais divertido sem explicação. Mas, para quem quiser saber, as fotos são de uma série de curtas dirigidos por ela e exibidos no Festival de Sundance. Green Porno é sobre sexo entre insetos. E para deixar tudo bem claro, ela introduz cada um dos filmes fantasiada como inseto em questão. Sempre no papel do macho e sempre durante o ato de reprodução. Ta, agora fez mais sentido?